Reconstrução

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  • Tratamento do linfedema
  • Remoção de câncer de pele
  • Microcirurgia
  • Fissuras labiais e palatinas (lábios leporinos)
  • Expansão de tecidos
  • Correção de cicatriz

As informações sobre reconstrução de mama autóloga ou com retalhos e reconstrução de mama com implantes estão em Cirurgias das Mamas.

Tratamento do linfedema

O linfedema é uma condição caracterizada por inchaço doloroso nas extremidades (braços e pernas), que acontece porque os linfonodos não são capazes de promover a drenagem da linfa do corpo. Linfedema primário é uma condição congênita pouco frequente, no entanto, o linfedema secundário  causado por trauma, câncer e infecção é algo mais comum.

Os sintomas relacionados ao linfedema são edema de extremidades de origem linfática, piora na qualidade da pele (fibrose), calor, vermelhidão, dor (celulite) e excesso de gordura.

Uma vez diagnosticado o linfedema, medidas clínicas para controle deste evento são iniciadas. Entre elas estão a elevação dos membros, cuidados com a pele, meias elásticas, fisioterapia e dispositivos de compressão pneumática.

Quando os tratamentos acima não são mais eficientes, devem ser considerados os tratamentos invasivos. As opções de tratamento cirúrgicos são baseadas no Bypass Linfático (escoamento da linfa para as veias) ou Transferência Livre de Linfonodos (transplante microcirúrgico dos gânglios linfáticos).

Quem é um bom candidato?

  • Pacientes que apresentem linfedema de alguma das extremidades e não tiveram melhora com o tratamento clínico (ou que não está sendo mais eficiente).

Para pessoas acima do peso será indicada para a prática de exercício físico antes de serem submetidos a qualquer procedimento cirúrgico. Além disso, é importante ter a causa bem definida e já resolvida, como exemplo, o linfedema de braço direito após a retirada de câncer de mama, onde já foi tentado o tratamento conservador com mangas elásticas e fisioterapia. Apesar de a cirurgia promover bons resultados, não é sempre que ela é eficiente. Por isso, todas as medidas conservadoras devem ser tomadas antes de o tratamento cirúrgico ser indicado.

O procedimento

  1. Anastomose linfático-venosa (Bypass): procedimento que liga o vaso linfático nas veias, permitindo que ocorra a drenagem da linfa em excesso pelo sistema venoso.
  2. Transferência livre de linfonodos: consiste na transferência de um bloco de tecidos onde há uma boa quantidade de linfonodos para o membro acometido, o objetivo é devolver as unidades responsáveis para aquela região que não a mais possui.

Os procedimentos ablativos são realizados com objetivos de diminuir o excesso de pele e tecidos moles, diminuindo a espessura destas regiões.

A lipoaspiração também pode ser feita como complemento.

A recuperação

Quando existe a utilização da microcirurgia, há a necessidade de monitorização ativa e frequente nas primeiras 48 horas e nos dias subsequentes.

Essa tarefa é importante para que se tenha certeza da boa vascularização e sobrevivência do retalho. Dor e inchaço são variáveis e dependerão do local, extensão e profundidade do sítio doador e receptor. 

Normalmente são usados drenos por alguns dias e o paciente costuma ficar internado pelo menos 48 horas. Independente do procedimento escolhido, após a recuperação da ferida operatória, são utilizadas as malhas compressivas, fisioterapia, entre outros.

Remoção de câncer de pele

Quando diagnosticado de início, o câncer de pele pode ser retirado e curado sem grandes sequelas. O cirurgião plástico entende todas essas preocupações e dispõe de diversas técnicas apuradas para possibilitar um bom tratamento, deixando o paciente livre da doença e para possibilitar uma reconstrução devolvendo forma e função com cicatrizes discretas e bem-posicionadas.

Quem é um bom candidato?

  • Todo paciente que apresente algum tipo de câncer de pele ou alguma lesão que possui indicação de ressecção. Exemplos mais comuns são os Carcinomas Basocelulares (CBCs), Carcinomas Espinocelulares (CECs) e Melanomas. 
  • Pacientes que já foram submetidos à ressecção prévia e estão insatisfeitos com a reconstrução ou apresentam algum tipo de recidiva.

O procedimento

O câncer de pele pode ser tipo um iceberg, ou seja, o que está visível na superfície pode ser apenas uma pequena parte do tumor. 

Sendo assim, para se certificar que as margens da peça retirada estejam livres de tumor, o cirurgião pode recorrer à ressecção mais ampla que a lesão, à congelação intraoperatória (em conjunto com o patologista) ou à cirurgia de Mohs (em conjunto com dermo-patologista).

Todas essas medidas são tomadas para garantir a cura da doença. Após a retirada, avalia-se o tamanho do defeito causado e a localização dele. A partir disso, decide-se qual será a melhor forma de fechamento. Este pode ser primário, em casos de defeitos pequenos ou regiões favoráveis ou pode ser necessário o uso de retalhos ou enxerto para um bom fechamento e boa recuperação.

A recuperação

O processo inicial de cura possui um inchaço localizado, alteração da coloração e certo desconforto de 7 a 14 dias. O processo de maturação da cicatriz continuará ocorrendo por meses, da mesma forma, o inchaço e a coloração avermelhada também vão desaparecendo.

Nos casos em que foram realizados enxertos de pele, normalmente são utilizados curativos de Brown (curativo compressivo) e estes retirados por volta do 5º dia de pós-operatório.

Microcirurgia

Essa é uma cirurgia que usa lupas de aumento e microscópios para que haja aumento da precisão no reparo de estruturas delicadas e milimétricas, como pequenos vasos e nervos. Esse campo é de fundamental importância para restaurar a função e o formato em pessoas que sofreram perdas por trauma, câncer e anomalias congênitas.

Essa técnica tornou possível a transferência de um bloco de tecidos de uma região do corpo para outra, como por exemplo, o excesso de pele e gordura da região inferior do abdome para a mama, parte de pele, músculo e osso da perna para a mandíbula etc.

Quem é um bom candidato?

Pacientes que necessitem de uma cobertura com tecido saudável de alguma região que não tem uma boa área doadora ao redor ou que precise de uma grande quantidade de tecido.

Como por exemplo, reconstrução de mama após câncer, reconstrução de cabeça e pescoço após câncer ou trauma, restabelecimento de uma drenagem linfática para áreas com linfedema, reimplante de dedos etc.

O procedimento

Este tipo de procedimento conta com um sítio doador e outro receptor. Geralmente a cirurgia inicia pelo sítio receptor, onde será retirado o tumor ou debris/cicatrizes e os vasos e nervos receptores serão preparados. Após tudo pronto com o sítio receptor, inicia-se o levantamento do retalho do sítio doador.

Somente após ambos estarem prontos, os vasos e nervos são clampeados e ligados e o tecido é levado do local doador para o receptor. Uma vez posicionado no local correto, os vasos e nervos são reconectados com ajuda de microscópio para que se restabeleça o fluxo sanguíneo e os estímulos nervosos.

A recuperação

A reconstrução por microcirurgia necessita de monitorização ativa e frequente nas primeiras 48 horas e nos dias subsequentes. Essa tarefa é muito importante para que se tenha certeza da boa vascularização e sobrevivência do retalho.

Dor e inchaço são variáveis e dependerão do local, extensão e profundidade do sítio doador e receptor. Normalmente são usados drenos por alguns dias e o paciente costuma ficar internado por, pelo menos, 48 horas.

Fissuras labiais e palatinas (lábios leporinos)

As fissuras labiais e palatinas (lábios leporinos) acontecem pela formação incompleta do lábio e do teto da boca (palato). Essa malformação pode aparecer em apenas um dos lados ou ser bilateral, da mesma forma, pode ser apenas no lábio, apenas no palato ou em ambas as estruturas. 

Esses defeitos estão presentes desde o nascimento e são resultado de uma falha no crescimento e fechamento da boca e do céu da boca durante a vida intrauterina.

Normalmente são defeitos pontuais e não estão relacionados com alguma síndrome ou atraso do desenvolvimento neuropsicomotor. A causa dessas alterações é uma alteração complexa entre fatores ambientais e o próprio código genético.

O tratamento para essas condições é cirúrgico e deve ser realizado na idade correta e por um time de especialistas. Isso é muito importante, para que a criança não tenha sequelas morfológicas dessas estruturas e não tenha comprometimento na alimentação, fala e respiração.

Quem é um bom candidato?

Todos os indivíduos que apresentam formas de fissuras labiopalatinas, desde pequenos entalhes no lábio, até pacientes que possuem fissuras completas se estendendo do lábio até o céu da boca. Idealmente, o planejamento cirúrgico desses pacientes deve começar logo após o nascimento. Assim é permitido boas informações aos pais e agendamento do procedimento na idade correta.

O procedimento

A cirurgia para fechamento da fissura labial, também chamada de queiloplastia, tem como objetivo restaurar a aparência normal do lábio, como o estabelecimento do arco do cupido e a simetria entre subunidades labiais.

A fissura labial também afeta o formato do nariz, deixando-o mais “desabado” do lado fissurado. Por esse motivo, neste momento também são feitos alguns ajustes no nariz para deixá-lo mais retilíneo, seguindo o mesmo padrão do lábio.

Incisões ao longo da fissura e do intróito narinário são realizadas para que esses objetivos sejam atingidos. Elas são feitas de uma forma que as cicatrizes fiquem camufladas e não causem retrações e sequelas no futuro. 

A cirurgia para fechamento do céu da boca, chamada de palatoplastia é muito importante para que se estabeleça uma separação entre cavidade nasal e cavidade oral, restauração da anatomia dos músculos responsáveis pela fala, restabelecimento da abertura normal da tuba auditiva, promoção do crescimento normal dos dentes na gengiva.

Incisões são posicionadas ao longo da gengiva e ao longo da fissura, para que o tecido separado possa ser aproximado na região central e para que o fechamento tanto do palato duro quanto do palato mole ocorra.

A recuperação

Dor e inchaço são bem tolerados com analgésicos simples. Nos primeiros dias pode haver certa dificuldade para alimentação, devido às áreas cruentas no céu da boca. O inchaço costuma ser resolvido nas primeiras semanas. 

Já a cicatriz leva alguns meses para sua maturação. Durante as primeiras semanas é recomendado dietas líquidas para que não haja comprometimento das linhas de sutura.

Expansão de tecidos

O objetivo deste procedimento é esticar a pele de uma região, aumentando sua área. Uma bexiga de silicone é colocada debaixo da pele, próximo da área de que será reparada. Ela vai sendo enchida com soro fisiológico de forma gradual e fracionada. 

Normalmente, esse dispositivo é usado para reconstrução da mama após sua retirada, mas também pode ser usado em casos de acidentes, defeitos e lesões congênitas que necessitem de pele extra.

Quem é um bom candidato?

Quase todos os indivíduos que precisam de pele extra, desde crianças até idosos, podem se beneficiar da expansão tecidual. Na reconstrução de mama quando não há pele suficiente para a colocação do implante de silicone após a retirada da mama, utiliza-se o expansor de tecidos para ganhar mais pele antes da substituição definitiva para o implante.

Na reconstrução de couro cabeludo, na qual há necessidade de reparação ou substituição de áreas que estão sem cabelo. É uma técnica muito utilizada nessa região, porque não há sobra de pele nesta região. Na reconstrução de outras partes como face, pescoço, ombros, braços e pernas também funciona bem.

No entanto, em regiões onde a pele é muito espessa, como as costas ou em regiões onde há áreas extensas de cicatriz, pode não ser uma técnica muito útil.

O procedimento

Na maioria dos casos, o primeiro procedimento é rápido, com duração em torno de 1 a 2 horas. Nessa etapa é realizada a colocação da bexiga, também posicionada à válvula pela qual será realizado o enchimento.

Uma vez que a incisão está curada e bem cicatrizada, inicia-se o processo de expansão que durará aproximadamente 2 a 3 meses.

Após atingir o volume esperado, realiza-se a segunda cirurgia para retirada do expansor e substituição por um implante de silicone, no caso da reconstrução de mama, ou apenas para o avanço ou rotação da pele esticada para cobertura da área a ser tratada.

A expansão de tecidos é o procedimento ideal para o couro cabeludo, pois a área expandida mantém o crescimento do cabelo e se torna uma ótima opção para cobertura de cicatrizes e defeitos nesta região.

Nas mamas, o expansor é utilizado para criar uma loja com formato de mama, para que ali possa ser colocado um implante de silicone, após a sua retirada.

Nos membros, tanto braços quanto as pernas, não há pele sobrando e as cicatrizes podem comprometer suas funções. Devido a essas questões, é necessário ganhar mais pele para poder fazer um bom fechamento e substituir uma área de cicatriz contraída.

A recuperação

Após a primeira cirurgia, normalmente o paciente sente apenas um desconforto leve no local da inserção, sendo bem controlado com analgésico e anti-inflamatórios simples. Durante o processo de expansão, esse desconforto pode variar de pessoa para pessoa e de região para região.

Normalmente é mais dolorido nos momentos de expansão e no dia seguinte. Sendo essa a etapa mais incômoda do processo. A retirada do expansor e substituição por um implante ou apenas a utilização da pele extra para cobertura, é uma etapa bem tolerável em relação à dor e ao desconforto. Tanto a colocação quanto a retirada e substituição são usados drenos para evitar acúmulo de secreções.

Correção de cicatriz

A correção de cicatriz busca minimizar uma cicatriz já existente, tornando-a menos visível e que ela possa se camuflar melhor com os tecidos vizinhos. Cicatrizes são sinais deixados após a cura de um tecido machucado, seja por trauma ou cirurgia. Elas podem ser chamativas devido ao tamanho, localização, forma, relevo e coloração. Os diferentes tipos de cicatrizes são:

  1. Alterações de cor e superfície: não prejudicam a função de determinada região, apenas a estética;
  2. Hipertróficas: cicatrizes grossas, altas e avermelhadas ou brancas, da mesma extensão além das bordas da ferida prévia e geralmente coçam e doem;
  3. Quelóides: são maiores que as cicatrizes hipertróficas e podem se estender além das bordas da ferida prévia e geralmente coçam e doem;
  4. Contraturas: cicatrizes que restringem o movimento devido à falta de elasticidade e devido presença de bandas fibróticas.

A revisão ou correção de cicatriz pode ser baseada em tratamento tópicos, procedimentos minimamente invasivos e/ou revisão cirúrgica com técnicas avançadas para o fechamento.

Quem é um bom candidato?

Pacientes saudáveis, sem condições adversas à cicatrização, não fumantes e que não possuam condições proibitivas à cirurgia.

Pacientes que estão incomodados com alguma cicatriz que possuem objetivos realistas e positivos sobre o resultado e não possuam acne em atividade no local a ser tratado.

O procedimento

A técnica varia conforme a gravidade, local, tamanho e tipo da cicatriz. Geralmente, são feitos tratamentos combinados.

Os tratamentos tópicos como gel, fitas e compressão externa podem ajudar na cicatrização, prevenindo uma cicatriz inestética e podem melhorar o aspecto de uma cicatriz superficial.

Os tratamentos injetáveis podem ser usados tanto para melhorar o relevo deprimido de uma cicatriz quanto para a administração dentro da lesão de drogas anti-inflamatórias, combatendo a coceira e a dor local.

Os tratamentos de superfície podem deixar o local mais homogêneo, com a pigmentação mais discreta. Seu objetivo é remover a camada mais superficial da cicatriz. Como exemplo temos os lasers, peelings, dermoabrasão e branqueadores da pele.

O tratamento cirúrgico é indicado em casos mais severos, nos quais são necessários a ressecção da cicatriz e a substituição por uma nova.

Para que a cicatriz tenha melhor resultado estético, é feito o fechamento em múltiplas camadas e, às vezes, é necessário o emprego de retalhos e dispositivos de expansão tecidual.

A recuperação

No processo inicial de cura há um inchaço localizado, alteração da coloração e certo desconforto de 7 a 14 dias. O processo de maturação da cicatriz continuará ocorrendo por meses, assim como o inchaço e a coloração avermelhada, que desaparecem aos poucos.

Esse processo não é uma ciência exata, pois não há controlar os fatores, como por exemplo a genética do paciente.